1984-1985-1986...1999-2000-2001
Em toda narrativa, há sempre um vilão que se contrapõe ao herói. O bem contra o mal, a luz contra as trevas. Essa bipolaridade pode ser expressa de varias formas, depende de como o autor quer que sua historia seja interpretada.
Stanley Kubrick e George Orwell, em suas narrativas, 2001: Uma Odisséia no Espaço e 1984 mistificaram seus vilões de uma forma bem semelhante, estimulando o imaginário do publico.
O Grande Irmão (Big Brother) de 1984, possui toda inteligência capaz de reger Oceania sob regime de totalitarismo, tem um enorme poder de influencia sobre todos os cidadãos, ate os que são contra o regime ao final admitem seu amor pelo Grande Irmão e se curvam a sua soberania.
“As teletelas recebem e transmitem simultaneamente. Todo o som que Winston fizesse, acima do nível de um sussurro muito baixo, seria colhido acima por ele, como remanescia dentro do campo de visão que a chapa do metal comanda, ele poderia ser tanto visto como ouvido... Era mesmo concebível que prestavam atenção a todos toda a hora....Você teve que viver – viva, do habito que se transformou em instinto – na suposição que cada som emitido por você era escutado, e exceto na escuridão, cada movimento inspecionado.” (ORWELL, George, 1984, Signet Classic, Pag.6)
Hal de 2001: Uma Odisséia no Espaço é o cérebro da Missão Júpiter, um sexto tripulante, com o papel mais importante, ele controla todos os sistemas e subsistemas da aeronave.
“A seria 9000 é o computador mais confiável já construído. Nenhum 9000 já cometeu um erro nem deu falsas informações, todos nos somos, segundos as mais realistas definições, infalíveis e incapazes de errar.” (KUBRICK, Stanley, 2001: Uma Odisséia no Espaço, Cap. 13 The World Tonight).
Esses vilões são inatingíveis, seres abstratos. Não se pode tocar no Grande Irmão, tampouco em Hal, esse aspecto extingue o imaginário do publico. O fato de estarem por toda parte a todo tempo também é uma outra característica importante dessas personagens. O Grande irmão vigia tudo por uma tela que recebe informações visuais e áudio, essa tela tem o rosto de um homem, mas não indica a existência dele. O mesmo sistema funciona para Hal, um olho vermelho, como um foco de câmera, que esta por todas as partes da aeronave, escuta tudo e vê tudo.
Se repararmos bem nessas características simétricas de Hal e do Grande Irmão, podemos notar a sutileza com que Kubrick e Orwell, seguindo o mesmo pensamento, colocaram em seus vilões valores relacionados a deus, eles são onipresentes, oniscientes e onipotentes, são seres abstratos inatingíveis.
Onipresente: Ubiqüidade, que esta ao mesmo tempo em toda parte.
Onisciente: Que sabe tudo.
Onipotente: Que pode tudo; que tem poder absoluto.
(Mini dicionário Aurélio da língua portuguesa, Editora Nova Fronteira)
Da mesma forma como o nosso imaginário tenta personificar deus, ele trabalha para tentar personificar Hal e o Grande Irmão relacionando essas duas personagens com pessoas humanas, dando muitas vezes ate traços físicos a eles e personalidade. Hal é o deus da aeronave e da Missão Júpiter, o Grande Irmão é deus de Oceania.
As duas peças foram escritas em ambiente de tensão e guerra, Orwell escreveu 1984 logo após o termino da Segunda Guerra Mundial, e Kubrick desenvolveu seu filme no auge da Guerra Fria. As duas peças também falam do futuro, da abordagem política e tecnológica no futuro.
Kubrick e Orwell dispuseram desses artefatos para seus vilões, pelo que eles representam. A idéia de deus é continua, sempre existiu, sempre existirá, é inicio e fim, Alfa e Omega e esta sempre nos vigiando. Hal é a presença e influencia tecnológica, e o Grande Irmão a presença e influencia política, elas existem e sempre existirão. São maiores que forças humanas. A política e a tecnologia são divindades, assim foram propostas em 2001: Uma Odisséia no Espaço e em 1984 para estimular reflexão sobre essas duas vertentes.
Esses fatos comprovam a proporção de poder e responsabilidade que Stanley Kubrick e George Orwell colocaram em seus personagens, Hal e o Grande Irmão, indicando que são mais que apenas vilões, são deuses de força política e tecnológica, que estão por toda parte, controlam tudo e sabem de tudo.
Stanley Kubrick e George Orwell, em suas narrativas, 2001: Uma Odisséia no Espaço e 1984 mistificaram seus vilões de uma forma bem semelhante, estimulando o imaginário do publico.
O Grande Irmão (Big Brother) de 1984, possui toda inteligência capaz de reger Oceania sob regime de totalitarismo, tem um enorme poder de influencia sobre todos os cidadãos, ate os que são contra o regime ao final admitem seu amor pelo Grande Irmão e se curvam a sua soberania.
“As teletelas recebem e transmitem simultaneamente. Todo o som que Winston fizesse, acima do nível de um sussurro muito baixo, seria colhido acima por ele, como remanescia dentro do campo de visão que a chapa do metal comanda, ele poderia ser tanto visto como ouvido... Era mesmo concebível que prestavam atenção a todos toda a hora....Você teve que viver – viva, do habito que se transformou em instinto – na suposição que cada som emitido por você era escutado, e exceto na escuridão, cada movimento inspecionado.” (ORWELL, George, 1984, Signet Classic, Pag.6)
Hal de 2001: Uma Odisséia no Espaço é o cérebro da Missão Júpiter, um sexto tripulante, com o papel mais importante, ele controla todos os sistemas e subsistemas da aeronave.
“A seria 9000 é o computador mais confiável já construído. Nenhum 9000 já cometeu um erro nem deu falsas informações, todos nos somos, segundos as mais realistas definições, infalíveis e incapazes de errar.” (KUBRICK, Stanley, 2001: Uma Odisséia no Espaço, Cap. 13 The World Tonight).
Esses vilões são inatingíveis, seres abstratos. Não se pode tocar no Grande Irmão, tampouco em Hal, esse aspecto extingue o imaginário do publico. O fato de estarem por toda parte a todo tempo também é uma outra característica importante dessas personagens. O Grande irmão vigia tudo por uma tela que recebe informações visuais e áudio, essa tela tem o rosto de um homem, mas não indica a existência dele. O mesmo sistema funciona para Hal, um olho vermelho, como um foco de câmera, que esta por todas as partes da aeronave, escuta tudo e vê tudo.
Se repararmos bem nessas características simétricas de Hal e do Grande Irmão, podemos notar a sutileza com que Kubrick e Orwell, seguindo o mesmo pensamento, colocaram em seus vilões valores relacionados a deus, eles são onipresentes, oniscientes e onipotentes, são seres abstratos inatingíveis.
Onipresente: Ubiqüidade, que esta ao mesmo tempo em toda parte.
Onisciente: Que sabe tudo.
Onipotente: Que pode tudo; que tem poder absoluto.
(Mini dicionário Aurélio da língua portuguesa, Editora Nova Fronteira)
Da mesma forma como o nosso imaginário tenta personificar deus, ele trabalha para tentar personificar Hal e o Grande Irmão relacionando essas duas personagens com pessoas humanas, dando muitas vezes ate traços físicos a eles e personalidade. Hal é o deus da aeronave e da Missão Júpiter, o Grande Irmão é deus de Oceania.
As duas peças foram escritas em ambiente de tensão e guerra, Orwell escreveu 1984 logo após o termino da Segunda Guerra Mundial, e Kubrick desenvolveu seu filme no auge da Guerra Fria. As duas peças também falam do futuro, da abordagem política e tecnológica no futuro.
Kubrick e Orwell dispuseram desses artefatos para seus vilões, pelo que eles representam. A idéia de deus é continua, sempre existiu, sempre existirá, é inicio e fim, Alfa e Omega e esta sempre nos vigiando. Hal é a presença e influencia tecnológica, e o Grande Irmão a presença e influencia política, elas existem e sempre existirão. São maiores que forças humanas. A política e a tecnologia são divindades, assim foram propostas em 2001: Uma Odisséia no Espaço e em 1984 para estimular reflexão sobre essas duas vertentes.
Esses fatos comprovam a proporção de poder e responsabilidade que Stanley Kubrick e George Orwell colocaram em seus personagens, Hal e o Grande Irmão, indicando que são mais que apenas vilões, são deuses de força política e tecnológica, que estão por toda parte, controlam tudo e sabem de tudo.
7 Comments:
Puxa, gostei mesmo. Muito interessante sua análise...
Por sinal, quero ler esse livro do Orwell....
Bjins.
P.s.: O grande irmão era o Stalin, não?
Qd eu li esse livro ainda era meio lerdo e não saquei muito a importância da parada...Tu és inteligente pracarái véi...
Bjão
alan
I like grapes.
So... Apesar de toda a relevância, importância, infância e cefalocetropãncia do assunto ( e claro, da sua boa organização de idéias), eu quero mais posts estilo o do vinho!
Obrigado,
Ksircus.
Eu sou a unica a nao conseguir reproduzir o proprio nome? Amiga, sabe o q eu percebi? Q eu nao tinha dado preferencia para o Ed. Eu li o seu e fui ler o dele logo em seguida pra depois comentar nos dois, so q vcs dois escreveram bastante e eu acabei nao comentando em nenhum =(
Eu sou a mais fominha pra livros e eu quero ler esse ai, me empresta? Tinha outra coisa pra falar mas eu realmente esqueci. =/
vou no flog do Marcao, agora.
alguma coisa com zebra..
acho que eh brotherzebra.blogspot.com
besos.
a nina faz do seus posts verdadeiras redacoes publicitarias. Faltou citar aonde encontrar, amiga!
sorria, seu blog está sendo lido :)
ah nem! sou mais textos tipo do vinho...Rs
beijos
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