Por que é que aquilo que faz a felicidade do homem acaba sendo, igualmente, a fonte de suas desgraças?

Ela tem uma chuva de pensamentos.
Pensa no marido, no amante, no passado, no beijo, no baile...Enquanto corre pelas ruas lamacentas, becos fedorentos; Angustiada por um amor perdido e atrás de uma comprovação, resposta ou afirmação de se o que ouvira realmente havia acontecido.
Ele esta estirado no chão nu e com a cabeça empoçada em sangue. Dum lado a arma, e do outro, pele sob as unhas pela tentativa de rasgar o peito e tirar-le o coração.
Em cima da mesa uma taça de vinho pela metade, papeis e tinta.

Querida,
Te amo dês do principio.
Nasci te amando, e eu sei que antes daquele baile eu era feliz e agora sou desgraçado, escravo dos teus olhos negros, carente da tua presença e um viciado na tua ausência. Eu tinha fé, e agora sou atormentado por espíritos malignos que me carregam ao lado breu do caminho, e agora, ainda pouco quando saí de sua casa, percebi que é com eles que encontrarei paz e estarei junto a ti.
Apesar do teu pedido depois de nosso beijo, eu nunca te deixarei, nem em vida, nem em morte.
Amor, a culpa desse que vai acontecer é sua, do vivido que me permitir tornar pelo teu amo. Carrego sobre mim todos os sentimentos do mundo, de amor a medo e me vejo pequeno e fraco entre eles, eles me dilaceram e fazem visível minha insignificância.
Te deixo por já não existir.
Te deixo por medo.

Te deixo por amor.

Reinterpretação de Wether.