Sunday, December 03, 2006

O conto.

O caso é que se perdeu. Perdeu-se e eu não pude achar.
Por mais que tenha procurado em todos os lugares, mesmo no intimo de um cangaceiro, no chapéu de palha, numa genitália, na minha calcinha, em Marte como em Vênus de Botticelli, não pude achar.
Acho que me deixou, me deixou com propósito, o acaso lhe falta, então, suponho certamente, que foi com propósito.
Mesmo assim me indaguei, mas não tive respostas.
O meu medo querido, o meu medo, é que eu o tenha afugentado e o deixei escapar sem saber para onde ia, e quando me dei conta, quando me veio a vontade de vê-lo, vi que não estava lá.
O que me tira o sono meu bem, é o fato de pensar que o joguei fora, e não me lembrar.
Será que o joguei fora?
Todos matam as suas personagens, talvez eu o matei!
Mas não me lembro... Merda!
É o drama, você sabe bem disso. Foi a outra, aquela outra que sempre vem me pagar uma visita. Foi ela! Sei que foi.
Só pode, lembro de tê-lo guardado e como me some assim, sem mais nem menos?
Bem, não vou encontrá-lo, independente de como o perdi, se realmente se foi, se o matei, se esta escondendo ou se desapareceu terei que viver sem ele.
Ou, até mesmo, poderei até fazer outro, encontrá-lo pronto, quem sabe até engravidar de um... Mas não será o mesmo, aquele que se foi nunca pode ser refeito do mesmo.

A verdade amor, é que não entendo esse meu anseio, porque na realidade, mal lembro de como era, creio que seja apenas aquele momento em que eles dizem, que somente se da a importância devida quando se perde, mas isso é o que ELES dizem...
Mudando de mito, devagar me canso dessa exaltação, desses anseios, de procurar, de achar, de ser procurada e de ser encontrada.
Quero que termine, que chegue minha hora. Basta de esperar!
Minha hora, onde tuuudo se apascenta, e só assim minha vida terá mais sentido. Sabe, aquele patamar elevado, meu ponto progressivo de ascensão, minha clemencian, minha loteria, meu prozac, meu chulo nirvana.
Agora à poesia. Oh pedaço de mim, que me cega nessa neblina futurista, que clama pela pressa dela, que me esconde do passado antes dela.
Oh pedaço de mim, que me instiga, me da base e sustentação, freqüência e estrutura, e me inunda de prazer e me alimenta entre as vacas magras.
Obrigada pela calma e pelo esperar, pelo ilícito e sono, pela fé, graças a ela me mantenho viva.
Grazie.

7 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Eu tenho que te contar como seus textos foram intrometidos e apareceram na minha cabeça no meio do feriado! aheuiheiiauhe Mais estranho ainda: você ligou alguns minutos depois.
Mundo estranho!

ah sim, se eu encontrar, digo que vc estava procurando. ;]

beijão!
:*

5:26 AM  
Anonymous Anonymous said...

Gostei desse texto, mas do outro num gostei nao!

Humpft
Humpft
Humpft.

2:08 PM  
Blogger Alfred said...

Ai, ai...

Bjus.

4:42 PM  
Blogger Fernando said...

É isso ai Ninovisk... agora estamos com tempo livre e consciencia leve, nossos textos iram fluir... imagino eu!
Heheheheheheh...
Continue assim, exelente trabalho! Nota 10.

5:08 AM  
Anonymous Anonymous said...

Bom,muito bom =)

5:06 AM  
Blogger Fernando said...

Vc não vai responder meu e-mail mesmo né?

9:58 AM  
Anonymous Anonymous said...

vc matou. foi qdo olhou p o lado e pensou 'hmmm thats interesting too' and it slipped away.
mas vai olhar p o lado d novo né ñ? é, eu tb.

12:20 PM  

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