Saturday, December 24, 2005

Start spreading the news...

I suppose to be writing, I mean really writing, taking this time of vacation to do some writing, and course, reading, but mostly writing…Hmm fucking lazy.
Maybe I’m feeling like Charlie Kaufman in Adaptation…Pfff I wish.
Ok, I got this from Mateo, Tobias’ friend, down there…
What is it that you truly want NOW? 3 words only.
Go to NY.

Wednesday, December 14, 2005

Ai ai ai...


Lembro-me muito bem das inquietações de Sofia, todas concernente a vida amorosa. Engraçado como mulheres se abalam tanto com seus amores, pseudo-amores, amores platônicos ou qualquer coisa que o valha.
Mas Sofia era distinta, ela me lembra de Tereza em “A insustentável leveza do ser”, talvez porque estou relendo o livro, mas alguns traços de minha Tereza – minha Tereza, pois em livros cada um imagina as personagens de acordo com suas vivências – são traços de Sofia.
Contara-me outro dia, de um homem em especial, o mais recente, Tomaz.
Tomaz era homem comum, de poucas características que Sofia apreciava – físicas e personalidade – mas era sabido, muito, objetivamente e subjetivamente. Conhecera Sofia á mais ou menos 3 meses, se encontraram num bar, era alguma confraternização de amigos que tinham em comum, não conversaram muito, mas trocaram alguns olhares. Sofia havia me dito que de primeira, não era belo, mas a sabedoria que exilava, era excitante, não tinha como evitar a contaminação.
Os encontros com esses amigos passaram de eventuais para rotineiros – exagero um pouco – e a presença de Tomaz na vida de Sofia era cada vez mais forte, e por tempo trocaram os monossílabos e sorrisos de canto de boca por conversas duradouras, profundas e sem fim.
Começaram assim um romance – não sei ao certo se posso chamar isso assim, que seria um romance afinal?! Sartre afirma que romance é qualquer tipo de admiração, carinho ou afeto, como a um professor e seu aluno, pai e mãe...(esses existencialistas fazem de tudo uma grande exuberância), então isso de certa forma é um romance...Mas isso é assunto a outra hora.
Voltemos a Sofia.
Sofia, como toda a mulher – todas sim! As que falam que não, não sentem prazer entre as pernas – é insegura, muito, e a insegurança a impedia de agir como realmente é. Podava-se para esta com Tomaz, e ele era homem comum.
Ah os homens comuns, nada mais atraente que a preocupação dos homens comuns, que não é nada, não se preocupam com nada, são comuns, comem, bebem, lêem, seduzem, conversam, dormem e acordam, arrotam. Não os menosprezo, claro que não, falo como se não tivessem nada de profundo para acrescentar, mas tem, e muito, só são como a seiva da arvore, temos que cavar, feri-los para se exporem. Nada é mais belo, mais precioso que eles. A suposta falta de interesse, o jogo de ansiedade que jogam sem saber que jogam...Ai ai, são perfeitos.
Sofia se voltava louca com Tomaz, e notara que estavam se distanciando, por fatores naturais, e pela indiferença de Tomaz.
Isso a incomodava. Lembro-me que na TPM ela me ligava, e passávamos horas a fio falando de Tomaz, e de circunstancias que passaram, prevíamos o futuro, analisávamos cada centímetro do corpo de Tomaz, cada gesto, cada olhar, até os pensamentos tentávamos decifrar, nos sentíamos verdadeiras analistas, e Tomaz estava lá, despido num divã que unia nossas linhas telefônicas... Hahaha pobre Tomaz, estava nu em nossa conexão e mal sabia, ao certo estava dormindo, vendo televisão, bem coisa de homem comum. Sofia chorava, se esgoelava, ria, fumava, era terrível, e eu como amiga, passava tudo com ela.
Foi um desses dias, quando Tomaz já estava de missão em Marte, ou melhor, em Nibirus – um incerto 10° planeta –, que Sofia resolveu mostrar quem realmente é, suas angustias e temores, pela primeira vez, ao invez de despir Tomaz, iria se despir para Tomaz.
Ligou, como se não quisera nada, o convidou para um vinho numa praça, Tomaz, como todo homem comum, aceitou o convite – homens comuns tendem a aceitar tudo.
Chegou no local, estava toda de preto, saia preta, uma sandália baixa preta, blusa preta, e como fazia frio uma scarf preta. Trazia o vinho na mesma mão que estava as duas taças, e na outra um cigarro aceso, já pela metade. Eram seus aliados por aquela noite.
Sofia o abraçou de uma forma diferente, com ânimo e desespero, como se fosse o ultimo abraço em sua vida, um ultimo suspiro, e ao mesmo tempo como um amor tardio, o mesmo que as esposas cujo os maridos vão para a guerra e depois de anos sem noticias, voltam. O abraço durou uns 3 minutos, que para um abraço parece uma eternidade. Só esse gesto - lhes asseguro - tirou Tomaz de toda sua inércia de homem comum, foi algo estranho da parte de Sofia.
Sofia falou, falou e falou, nunca havia agido assim, normalmente ela só escutava a sabedoria de Tomaz, mas esse dia não, falou de tudo que podia e que não podia, se sentiu realmente desnuda na frente de Tomaz, e não sentiu vergonha, ao contrario, sentiu à vontade como se estivesse nua na frente de sua mãe.
Hahaha consigo recordar da alegria de Sofia me contando essa historia pelo telefone, foi um desabafo enorme, como se a agonia de uma espinha de peixe presa na garganta tivesse sido removida depois de consecutivas tosses e anciãs de vomito.
Voltando...Tomaz se assustou com aquela nova Sofia, tão original e espontânea, com o cigarro na mão – uma surpresa porque não sabia que fumava – querendo ser misteriosa com suas vestes pretas, agia como se estivesse de salto, mas estava numa simplória sandália de laços. Tantos sorrisos e falações corriqueiras, não calava a boca nenhum momento, meio desajeitada, soluçava alto, nem arrumava o cabelo – antes a insegurança era tanta que a todo momento colocava uma madeixa atrás da orelha esquerda. Sofia se sentia bem, mas Tomaz um pouco envergonhado, não sabia como reagir aquela nova Sofia. Creio eu que teria que deixar seu homem comum de lado e fazer algo diferente, o que é bem difícil para um homem comum.
Sofia notou o espasmo de Tomaz, ele não acompanhava seu ritmo, estava realmente assustado e paralisado, ela se calou, deu uma risada singela, mas verdadeira, colocou uma madeixa de cabelo atrás da orelha esquerda, olhou para Tomaz e disse “Tenho que ir”.Tomaz pediu para que ficasse mais um pouco, aquele sentimento nele era novo, e queria explora-lo. Sofia sorriu, fez de novo o movimento da madeixa por trás da orelha esquerda, pôs sua mão fria sobre o rosto de Tomaz e deu-lhe um beijo na bochecha, desceu a mesma mão pelo ombro até o encontro da mão quente que suspirava de Tomaz, apertou-a sentindo a diferença de temperatura e aspereza das duas mãos e se foi.
Eu sabia exatamente que Sofia havia sentido naquele momento, mas é difícil descreve-lo, nem mesmo Milan Kundera conseguira, tentaria, mas não conseguiria.
Quando desligamos o telefone, pude sentir o que ela sentiu, como se Sofia fosse eu mesma, mas não sabia o significado real daquilo, do mesmo modo que Sofia não sabia que iria acontecer depois daquele noite, ou de que modo direto aquela noite iria fazer alguma diferença em futuros romances – isso ainda indefinidos –. Com certeza continuaria insegura – porque ainda era mulher e sente prazer entre as pernas – e apaixonada por homens comuns. Sempre apaixonada por homens comuns.

Saturday, December 03, 2005

Took my cranky sorrow for some modern art fun.


There I was. Made sure I was sitted very high, away from the stage, well not quite a stage, but where the actors would perform. Those modern things, where the audience are everywhere around the stage. They tend to interect with the audience, and Im afraid of that.
I was feeling pretty lonly, not only for the fact I was alone there, but also, these past weeks were weird, awkward things where happening in all sorts of situation, I smoked, cried at least twice everyday, if only it wasnt for him, maybe it wasnt...Well that shouldnt be concerned by now.
So add all feelings up, and considering that right before arriving in the teather I was crying my last week tears – it was Friday night – I managed to be far away from everybody else, and sitted between two empty chairs, a good strategy by the way, no one bothers.
I was analysing pretty much everything in this very very very egocentric way, mostly how that atmosphere would interfere in my state of mind.
The theme was FEAR.
This man started to talk, about his childhood traumas, explaning where this teathric group was first thought of. Then it begins, lights went low, but my good esolation spot was getting me annoyed for one single deal, there was this intense yellow light, right in front of me – fuck – but soon I got used to that strange light.
I would describe everything, but I was there mostly for a friend, one of the actress, so among all that crowd, my eyes were always trying to follow her, not only for her pretty milky white color, but also for the strongest reason I was there, support. I could be in class or even watching a movie, but I was there.
Took my cranky sorrow for some modern art fun.
So, since I was drunk with my egocentric thoughts and deals, deep down my shitty ashamed covered sadness, I was listening to everything very carefully, but some of what was said didnt mean anything to me. This last part tho, in the very end, took lots of my attention. Not only my friend was doing it, but also for the monologue.
Lights were off, there were 8 candles, arranged in 4 groups of 2, shaping a square, and right in the middle, there was a chair. My friend, the actress, was sited at it, arguing about love issues, how she should forget all about it, cause lovers never come back... normal pms thoughts, I suppose. And, as I said, it was a monologue, there was her conscience, talking over, and denying everything that was being said. “I hate him”, “ No, I love him”, “ He will never come back to me, never!”, “ Well, tomorrow is a new day, he might call” and so on...
That was so conforting to listen to, not only for the good lightening and the great performance of my friend, but because if you ever had the same experience...its just so true, and so embarrasing. It is what truly happens. One force oneself to accept a certain circustance for own good, and at the same time one’s conscience is saying something else, completely different from what it was said. It pisses one off. Its a dialogue monologue. One feels naked and insecure, and also dressed up and secure. Its so tirying and anguish, it kills.
Hmmm I loved it, truly did. It was a mirror to my state of mind in that moment, and seeing other people apreciating it, made me feel normal, part of it.
So as it finished, she came to say hi and thank for my presence, I even met her mom – again, maybe she forgot she’ve introduced her before –. Was fine that she noticed my presence, she came right to where I was standing in the end of the play, next to my KEEP AWAY wall.
Maybe was because I felt that we made eye contact once or twice while the play was going on, and when that happened, I said by telepathy “ yeah, its me, Im here for you!”