Saturday, March 24, 2007

My gentle sir


My gentle sir, I do appreciate your kind manners, and I do respect your sentiments, but there is no agony greater than the agony of the agony itself!

There is no sentiment that surpass the non-passionate life lived; the lack of love in all ones actions; its tormenting and unfair. Regardless of all there is, not be able to feel a little excitement for the little things that should not be cared, it would be like poising ones spirit and mercifulness take the right to live life in its fullest anxiety.

You speak about this love and lovers, sweet tender desires, queens and kings, fantastic future, unnatural absurd events that do give pleasure to my ears; you possess this confident words in your sugary language, but I don’t seem to follow you, I don’t trust your guide, not that me myself don’t have the eager to live passionately all dreams, but it is that, where is this love? I don’t sense it, I could not touch it, I can hear your kind words my sir, but they are just like a frustrated dull mass for my being.

Whereas a man, surely, should know about everything; excel in a multitude of activities, introduce you to passion in all its force, to life in all its grace, initiate you in all mysterious!

Oh my good sir, I do content the willing of be taken over the ground into the marvelous of the non existence magic. Do understand, my brave man, I would not bear live in the constant agony from the knowledge that I succumbed myself into boredom and monotony.

Nevertheless those are my naïve desires; to wonder what life meant the words ‘bliss’, ‘passion’, ‘ecstasy’; to be able to feel this love that there is; not to breath among these insignificant routine events; to be the heroine of my own fiction.

Let me go at once!

Tuesday, March 20, 2007

Es que extraño tu olor













É o cheiro que me vem de sobreaviso, me tormenta e me saca os pensamentos sãos.
Sua lembrança é pior que sua presença, me tira abruptamente o fôlego e já não consigo pisar no chão, caio, e quando vejo perdi meu umbigo e mamilo.
Desfigurada, perco o sono e me encontro no meio de angustias chulas e de risos absurdos. Pela noite ofegante imagino esta ao meu lado e meto meu rosto travesseiro adentro, me encontro por entre os seus cabelos, respirando aquele ar de dormido úmido, abafado e ocioso, de quem não despregou a cabeça do encosto, e como uma criança esfrego meu nariz de sono até ficar vermelho e espirrar incessantemente, é ai então que minha noite aquece e de fundo o escuto rindo de minhas peripécias, me viro e lá esta, dormindo com o rosto virado para o outro lado, bumbum empinado e ronronando, me espicho e ponho o peso de minha perna, seio e braço esquerdo por cima do seu corpo sombreado e ele se aconchega a nova posição gemendo de desconforto depois de prazer.
Esse cheiro impregna meu ambiente, faz seu caminho por cada poro e possui meu corpo, faz dele uma orquestra e rege solenemente meu pulmão, diafragma e coração, sincroniza meu corpo e minha alma de modo harmonioso com pequenas notas tencionadas. Seu ronco é em dó e a cada pausa exala o cheiro de metal enferrujado da boca abafada que dormia.
É nessa orgia de odores e sons que me faço deus toda noite, me desfaço da saudade e me faço do amor simples e descomplicado.
Com o amanhecer ele se vai e me deixa somente com a lembrança do seu cheiro. Que injustiça! me fazer passar por isso todas as noites, me matar com odores e grunhidos e pela manhã levar minha alma consigo. A verdade é que não te tenho ao final do dia, isso me dói e faz falta.

Friday, March 09, 2007

Baiano e todos os seus santos.

Baiano era desgraçado
Pérapado
Malamado
E ontem me apareceu machucado.
Filho de Oxalá,
Era alguém do lado de lá,
De cá, é Baiano sem dentes,
E faz sua prece para todos os entes.
O Planalto lhe roubou a visão,
Mas baiano é baiano e não sabe de ralação.
Onde passa ele trisca,
E sua embriaguez fica.
Vive no meu estacionamento,
Lá compra cana para o alimento.
Os papelões do lixo juntos formam o seu barraco,
Pela noite, fecha os olhos e vê seu buraco.
Não serve pra lavar um carro
No entanto, sabe onde acender seu cigarro
O que não muda no Baiano é seu sorriso
Espancado ou vivo, me vem logo como um aviso
“Uma ajuda aí minha menina?!”

Tuesday, March 06, 2007

Dr. R. e a visitante

Suspeitei que a confiança era minha aliada naquele momento, andávamos de mãos dadas. Eu sentia aquela mão fria, efêmera e áspera, mas num todo, me sentia bem naquele momento.

Ovocitava, isso explica!

Errei os elevadores 3 vezes, o cara da portaria já me olhava – Menina Estúpida! – Humilhante.

Cheguei ao 19° andar e esperei a guria chamar o Dr. R., mas, foi ele quem me chamou, passando pela porta de vidro fume, me fitou, sorriu e me escoltou até sua sala.

O papo de que não era monogâmico já era velho, mas escutei de novo, com cara de criança que vê a primeira vez o pai vestido de Papai Noel.

Enquanto o olhava fingindo interesse e passando o dedo indicador na borda do copo de cristal que sua secretaria me serviu com água, ele seguia seu monologo.

“Eu acredito que temos que experimentar, nos deliciarmos nessa vida que é pequena, e, depois que percebi isso vi que, se eu tiver a oportunidade de me apaixonar de novo, de viver uma paixão, mesmo casado a 25 anos, não deixarei essa oportunidade passar. Somos seres curiosos, onde eu descobrir paixão vou atrás... Esse papo contigo me lembra de um poema que escrevi para o Niemayer lá no Rio, sobre o cú da moça.”.

Eu o escutava e fazia cara de aprovação de tudo que falava. Sou preguiçosa, não recriminaria uma só palavra sua pelo simples fato que teria que me explicar. Estava matando trabalho para entender o emocional do Dr. R. e me sentir uma ninfa sendo cantada por Freud. Nada melhor!

Depois de muito papo, levantamos os dois e desceríamos juntos os 19 andares, pensei na tortura que seria descer naquele elevador sozinha com ele.

Um pouco antes de abrir a porta de sua sala para sairmos, ele pegou meu rosto com as duas mãos côncavas, me estreitou paralelo ao seu rosto e perguntou:

- Posso fazer uma coisa?

Ele tremia, sorria e desfazia o sorriso rapidamente, estava nervosíssimo. Já imaginei que me beijaria, e pensei quão constrangedor seria se negasse.

Aceitei.

Ele então me beijou. Seus lábios eram frios, ruguentos com gosto de Charm, diferente se suas mãos cheirosas que ferviam contra minha bochecha.

Abri a porta e fui saindo, agi como se nada tivesse acontecido e nada realmente aconteceu. Foi mais um momento Construção de Chico Buarque.

Ah, e não houve tortura na descida do elevador, um trabalhador suado, de manga arregaçada com um sorriso faltando 2 dentes estampado no rosto, desceu os 19 andares perguntando pro sinhô R. que ele fazia.

Salve Chico!